sábado, 28 de maio de 2011

A Verdade vos Libertara.

Verdade, eles sabem a verdade...assim dizem, mas que verdade? Não sabem o que estão fazendo, agem apenas para satisfazerem seu ego. Comportamento estranho, não conseguimos entender, por mais que o tempo passe. É triste sentir o que um sistema religioso, deturpador, manipulador, faz na vida de uma família.
Tiram o que a de mais belo a sensibilidade, a ternura a espontaniedade,o amor a gente sabe que existe mas esta tranca fiado. Não percebem que o tempo passa ou passou e quanta coisa ficou perdida, o quanto magoam e tudo em nome de um "deus"que é a verdade. Jesus Cristo para eles morreu em vão, que pena depois de 2000 anos a pessoas que se deixam escravizar novamente...
Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Família, dom de Deus.



Um dos dons mais preciosos que Deus concede à humanidade é a família. A humanidade em si é a grande família de seres humanos e dos filhos e filhas de Deus. Todas as sociedades humanas são formadas por famílias. A figura do pai, da mãe e dos filhos é universal. Em cada cultura a família se manifesta de maneira diferente. Os costumes e as culturas são muitas, mas em todo tempo e lugar, o homem e a mulher se juntam e tendo filhos dão continuidade à família humana na terra. Também em todas as épocas e culturas, a família tem enfrentado problemas que têm denegrido sua imagem e posto em risco sua identidade. A sociedade humana tem evoluído e nesta evolução têm surgido muitas forças e manifestações contrárias ao bem-estar da família, enquanto instituição integrante da sociedade. Resgatar o valor da família é algo urgente para nossos dias.

A Liturgia da Palavra deste XXVII Domingo do Tempo Comum tem como centro o encontro de Jesus com os fariseus e a discussão da indissolubilidade da união do homem e da mulher (cf. Mc 10, 2 – 16). Jesus é testado mais uma vez pelos fariseus, que colocam a lei de Moisés para ser analisada. A lei permitia a carta de divórcio por parte do esposo, caso este não quisesse mais viver com a esposa. Respondendo a questão, Jesus fala da dureza de coração dos antepassados deles. A dureza de coração levou Moisés a aplicar leis para a organização da comunidade, pois somente a aplicação severa da lei detinha a dureza de tais corações. Mais uma vez, Jesus rompe com a lei mosaica, aperfeiçoando-a. Jesus não concorda com a carta de divórcio dada pelo homem à mulher e recorda o que a Escritura ensina no Gênesis: mulher e homem criados à imagem e semelhança de Deus para serem uma só carne.

Foi Deus mesmo quem instituiu a união do homem e da mulher. Vendo que o homem não podia ficar só, criou a mulher para ser sua companheira. A mulher não foi criada como ser inferior ao homem. Ela não foi criada para ser serva do homem, mas para ser companheira. Isto significa que deve haver igualdade entre homem e mulher. O homem não é em nada superior à mulher. Os dois são filhos de Deus e devem possuir os mesmos direitos e deveres. O fato de se tornarem uma só carne já pressupõe igualdade, pois na unidade não existe alguém que seja superior e outro que seja inferior. A união que deve haver entre o homem e a mulher supera todo e qualquer espírito de indiferença. O homem é diferente da mulher e isto é natural. O que não pode ser tolerado são as indiferenças e desigualdades criadas na sociedade, devido às relações sociais equivocadas, geradoras de exclusão, discriminação e subalternização.

Em todas as sociedades, tanto civis como religiosas, a mulher sempre foi tratada com inferioridade. Isto se reflete no fato de a mulher ainda não ocupar o espaço a que tem direito. Infelizmente, os homens ainda são vistos como mais capacitados e tal visão lhes oferece melhores trabalhos e salários muito superiores aos das mulheres. A mulher ainda é tida como sexo frágil e sujeita do lar. Há uma idéia patriarcal que dita para as mulheres os lugares e funções que devem ocupar. As mulheres negras, pobres e analfabetas são as mais sofridas e vítimas de exclusões e preconceitos. A moda e a estética ensinam o que a mulher deve vestir, calçar e modificar. A idéia do “corpo sarado” virou ditadura: eliminação de gorduras, implantes de silicones e cirurgias plásticas tornam-se necessárias e naturais para as mulheres. Quem é tida como feia tem todos os meios possíveis para ficar bonita. Até os homens estão correspondendo a tal ditadura. A questão está em ser observado/a e desejado/a, não importando se é casado/a ou solteiro/a. Ver a beleza e desejar possuir o outro ou a beleza do outro se tornou algo natural. O importante é “está na moda!”

Alguns males afligem a família, tais como: adultério, alcoolismo, violência, desunião, falta de educação religiosa e moral, desemprego etc., são males que desumanizam e destroem a família. Tais males precisam ser pensados e enfrentados. A família precisa urgentemente ser priorizada na Igreja e na sociedade. Infelizmente, a Igreja demorou a priorizar a família. Penso que a família ainda não é prioridade, pois as preocupações da Igreja são outras. Aqui me recordo da experiência do Padre Henri Caffarel, sacerdote francês nascido em Lyon em 1903, fundador das Equipes de Nossa Senhora, Movimento voltado para a família. O Padre Henri Caffarel, que certamente foi enviado por Deus para fazer a Igreja pensar na causa da família e que se tornou um dos profetas do século XX, entendia que o matrimônio é o sacramento do amor e que deste amor brotam as demais vocações para a Igreja e para o mundo. Ele acabou com a indiferença que havia entre o sacerdócio ministerial, considerado de ordem superior e o matrimônio, até então considerado inferior. Padre Henri Caffarel falava em complementaridade entre ministério ordenado e matrimônio. Ele morreu em Troussures, França, em 1996, onde está enterrado. Morreu com fama de santidade e logo será proclamado santo pela Igreja.

O Gênesis nos revela que o casal está no cume da pirâmide da criação. A espiritualidade conjugal é algo extraordinário, porque compõe aquilo que é a Igreja, Esposa de Cristo. Tal espiritualidade nos faz compreender melhor o mistério de Cristo e da Igreja, pois Jesus tem uma relação marital com a Igreja Povo de Deus. Toda a Palavra de Deus é perpassada pela espiritualidade conjugal. A Igreja compreende a si mesma numa relação familiar em que o amor é a base de tudo. O amor de Deus se manifesta no amor dos esposos, porque a união do homem e da mulher é projeto de Deus para o gênero humano. A primeira relação humana instituída na Sagrada Escritura é uma relação conjugal (cf. Gn 2, 18 – 24). É da união do homem e da mulher que a vida humana surge como dom gratuito do amor de Deus que se manifesta na vida e na relação do casal. A compreensão e a contemplação deste grande mistério de amor santificaram o Padre Henri Caffarel, pois o fizeram viver com fidelidade e santidade os votos de castidade, pobreza e obediência. Assim falava o Papa Paulo VI a respeito do matrimônio: “O casal é o rosto sorridente e doce da Igreja”.

As relações sociais estão cada vez mais pautadas na violência, na mentira e nos interesses particulares. Isto é reflexo da situação de muitas famílias, que também vivem a relação conjunção do mesmo jeito, onde a violência, a mentira e os interesses pessoais falam mais alto do que o amor gratuito. A família precisa recuperar o espírito de verdadeira doação recíproca. Amor é doação. E toda doação exige renúncias. É o sacrificar-se para fazer feliz o/a outro/a. A felicidade conjugal consiste no redescobrir-se a cada dia no amor, a fim de que no amor e para o amor vivam para sempre. Somente o verdadeiro amor vivido no respeito e na entrega total de si é que sustenta a vida do casal. Isto é caminhar para a santidade. Esta há muito deixou de ser privilégio das pessoas virgens e celibatárias e se tornou dom universal que deve ser vivido por todos os batizados, seguidores de Jesus. O matrimônio é uma escola de santidade, pois assim como Jesus esteve no seio de uma família, nós também somos chamados a transfigurar a imagem e a situação da atual sociedade através da busca incessante da santidade na vida de nossas famílias.


Tiago de França